1.3.12

Padre Soares

O Padre Soares foi Director do Colégio Vasco da Gama, em Nampula, que frequentei em 1958/59, juntamente como o meu irmão Turita e os meus primos Beto, Lelo e Augusto José.
Deste Colégio falarei num futuro post da série "Errâncias".
 "Ao amigo Turita of. Entre rosas da minha aldeia com música de
sinos  horizontes de sonho e saudades de África.  Pe.   Soares "

A foto, como se vê pela dedicatória no verso, foi enviada ou entregue ao meu irmão.



Do Pe. Soares perdura (entre outras, claro) uma recordação muito vívida: em 1958, estando no Colégio, fui vítima da "gripe asiática".
Os meu Pais estavam em Montepuez, a quase 500 km de distância.
Já convalescente, lembro-me de o Pe. Soares entrar na enfermaria, com um largo sorriso que sempre o acompanhava. Parou ao lado da minha cama e disse, com a voz estentórea que era outra das suas características: "Recebi um telegrama da tua Mãe a dizer que não podes apanhar a gripe porque é muito perigoso para ti; eu disse-lhe que não havia problema porque havia uma maneira de não apanhares a gripe - cortar-te a cabeça!".
Não foi necessário.
Ao contrário do que se esperaria de um Director de um Colégio religioso, que eu pensava ser uma espécie de "super prefeito", disciplinador e irascível, o Pe. Soares era uma criatura simpática, um vulto protector e bem disposto.
Mas isso não o impedia de, por vezes, usar a sua considerável manápula como instrumento pedagógico.
Nessa época, os castigos físicos de crianças eram permitidos (quando não incentivados) e não ocorria a nenhum de nós que eles constituíssem algo de criminoso.


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