Depois dos Jesuítas, os Maristas de Lourenço Marques poderiam passar por um refrigério moderno e liberal.
Recebendo um prémio. Em pé, de branco, o Irmão Lourenço. Sentado, o primeiro à esquerda, o Cardeal de Lorenço Marques D. Teodósio Clamente de Gouveia |
Em lugar do soturno casarão de Santo Tirso, um edifício claro, arejado e de linhas modernas. As lúgubres sotainas negras dos Jesuítas substituídas pelas leves batinas brancas dos Irmãos. A severidade distante dos Padres das Caldinhas dava lugar a uma informalidade "tropical" dos Maristas, muitos deles brasileiros e, portanto, mais soltos e desempoeirados.
Hockey no Colégio. À esq. eu, com o equipamento do Colégio. Ao lado, o Tó Manel Rocha Ribeiro |
Os alunos do Colégio PioXII, assim se chamava (se chama?) o estabelecimento, usavam um uniforme very british, calça ou calção azul marinho, casaco azul com listas duplas a amarelo, gravata do mesmo padrão.
E, contudo, a obrigatoriedade do uso de uniforme não comportava um acréscimo em relação á rígida (e ríspida) disciplina dos membros da Companhia de Jesus que recorriam, com frequência, a castigos corporais.
As próprias relações dos alunos com os professores e perfeitos tinham uma familiaridade inusitada e os Irmãos prezavam os desportos, não desdenhando arregaçar as batinhas, prendê-las no cinto e disputar renhidas partidas de futebol, de vólei ou de basquete.
Tal com durante a minha passagem por Portugal (pela Metrópole...) também em Lourenço Marques tive encarregados de educação, o senhor Rocha Ribeiro, antigo Administrador do Quadro, e a sua mulher.
Os filhos, o Tó Manel, o Zé Joaquim e a Lena e, ainda, a João, então muito pequenina, quase me fizeram sentir em casa.
Estive no Pio XII até 1957; não direi que foi um período MUITO feliz da minha vida mas, comparado com o pesadêlo de Santo Tirso foi, como disse no início, um refrigério.
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