interrompe-se aqui este blog.
Foi um mergulho na memória, em memórias.
Ilustrei-as, as mais das vezes, com fotografias.
Ilustrei-as, as mais das vezes, com fotografias.
A ideia foi sugerida pela viagem que fiz em 2011, com a minha mulher Paula, a Moçambique e durante a qual fiz uma rápida visita a Montepuez.
Durante os últimos trinta e muitos anos, tive ocasião de voltar a Moçambique por várias vezes; tratou-se de viagens profissionais, rápidas e pouco variadas, que duravam, quando muito, três ou quatro dias e se concentraram, quase exclusivamente, em Maputo. Nenhuma delas me tinha proporcionado a oportunidade de visitar Montepuez.
A viagem de 2011 foi diferente: durou quase um mês, permitiu-nos (à Paula e a mim), visitar o Sul, o Centro e o Norte do país, usar o automóvel para duas incursões rodoviárias, visitar alguns dos muitos recantos paradisíacos ou exóticos do país e, claro, visitar, ainda que muito rapidamente, Montepuez.
O blog era uma forma expedita de mostrar a pessoas da minha família e a alguns amigos as (poucas) imagens que recolhi da terra onde passei a infância e uma parte da adolescência.
Mas a torrente de recordações e memórias que a viagem despertou, e que tentei singularizar no blog, rapidamente me fizeram procurar as fotografias antigas que tinha à disposição.
Algumas outras pessoas enviaram-me ou permitiram-me que usasse fotografias suas. Foi o caso do meu amigo Celestino Gonçalves, da minha irmã Maria Helena e dos meus primos Júlio Ramalho e Aurélio Rocha.
Algumas outras pessoas enviaram-me ou permitiram-me que usasse fotografias suas. Foi o caso do meu amigo Celestino Gonçalves, da minha irmã Maria Helena e dos meus primos Júlio Ramalho e Aurélio Rocha.
O resultado foi este amontoado mais ou menos caótico de comentários, quase sempre suscitados pelas fotografias; daí que não tenha mencionado muitas das pessoas e acontecimentos que tenho vívidos nas lembranças mas que não aparecem naquelas fotos. Alguns amigos inesquecíveis, personagens marcantes, lugares, ocasiões.
As fotografias antigas tinham sido, como é fácil de verificar, "guardadas" de forma pouco metódica, sem cuidado, em caixas, envelopes ou montões dispersos; deterioram-se, rasgaram-se, foram rabiscadas…mas serviram o propósito.
Tentei, também, induzir alguma reflexão sobre os mecanismos da memória. Servi-me, para isso, essencialmente de citações, que reuni numa rubrica exactamente com esse nome, "Citações".
Tentei divulgar alguns pormenores históricos que julgo pouco conhecidos da maior parte das pessoas. Disso resultaram as séries "Montepuez na Grande Guerra" e, da autoria do meu primo Aurélio Rocha (Lelo), "Apontamentos sobre as Origens Históricas de Montepuez".
Tentei divulgar alguns pormenores históricos que julgo pouco conhecidos da maior parte das pessoas. Disso resultaram as séries "Montepuez na Grande Guerra" e, da autoria do meu primo Aurélio Rocha (Lelo), "Apontamentos sobre as Origens Históricas de Montepuez".
Foi difícil resistir à tendência para extravasar das recordações de Montepuez ou relacionadas com Montepuez e contar, mesmo que em esquisso e em breves apontamentos, outras partes da minha vida.
Esssa tentação "autobiográfica" traduziu-se na série que denominei "Errâncias" e que, a pouco e pouco, começou a fixar-se na intenção de falar das cidades e sítios onde vivi - quando digo "viver" quero dizer onde me fixei por períodos relativamente longos e onde tive lugares a que chamei "casa".
Assim, falei de Porto Amélia, do Natupile, de Montepuez, está claro, do Colégio de Santo Tirso, de Lourenço Marques. Faltou falar de Nampula, de Lisboa, de Sá da Bandeira em Angola, de Baghdad, de Paris , de Brasília, de Estraburgo, de Bissau, de Belgrado, de Malta.
A vida fez de mim um globetrotter ou, numa visão menos sofisticada, um vagabundo.
Assim, falei de Porto Amélia, do Natupile, de Montepuez, está claro, do Colégio de Santo Tirso, de Lourenço Marques. Faltou falar de Nampula, de Lisboa, de Sá da Bandeira em Angola, de Baghdad, de Paris , de Brasília, de Estraburgo, de Bissau, de Belgrado, de Malta.
A vida fez de mim um globetrotter ou, numa visão menos sofisticada, um vagabundo.
Mas, há alguns dias, quando me preparava para mais um post da série (Errâncias) senti-me muito desconfortável.
Em primeiro lugar, pareceu-me perigosamente pedante a ideia de que a minha vida possa interessar a alguém, sobretudo contada assim, em pequenos "comprimidos" forçosamente incompletos e que não conseguem transmitir, nem sequer longinquamente, a realidade compósita das situações a que se referem.
Seria seriamente pretensioso.
Já algumas vezes me sugeriram que escrevesse sobre alguns factos que testemunhei; respondi sempre como fazia um amigo cuja vida e acção foram, ao mesmo tempo, mais interessantes e mais originais do que as minhas: "As coisas realmente interessantes que tenho para dizer, já foram ditas; as outras, não têm a mais pequena importância"
Seria seriamente pretensioso.
Já algumas vezes me sugeriram que escrevesse sobre alguns factos que testemunhei; respondi sempre como fazia um amigo cuja vida e acção foram, ao mesmo tempo, mais interessantes e mais originais do que as minhas: "As coisas realmente interessantes que tenho para dizer, já foram ditas; as outras, não têm a mais pequena importância"
É verdade que a profissão me fez, por duas ou três vezes, estar em lugares e envolvido em circunstâncias em que me cruzei com a História mas a única coisa que poderia transparecer disso, num blog e por razões diversas seriam algumas anedotas, impressões rápidas, pinceladas inseguras.
A segunda razão desse mal-estar é mais difícil de explicar. Tem a ver com um sentimento de irrealidade que surge quando me descrevo, ou aos sentimentos e recordações, quase como se tratasse de uma outra pessoa a falar de mim.
A utilização das fotografias, afinal, atenuou esse sentimento de irrealidade. Elas serviram como uma espécie de ponte entre essa pessoa que fui e esta pessoa que sou agora.
A utilização das fotografias, afinal, atenuou esse sentimento de irrealidade. Elas serviram como uma espécie de ponte entre essa pessoa que fui e esta pessoa que sou agora.
A primeira entrada do blog é de 5 de Junho de 2011.
Publiquei 230 posts.
O blog teve cerca de 4000 mil visitantes - o marcador indica, hoje, 3641 mas ele foi instalado bastante depois de ter começado a ter leitores.
A localização desses visitantes foi como se segue:
Portugal.....................2311
Russia..........................313
Alemanha....................264
Moçambique...............237
Estados Unidos.........198
Brasil.............................65
Canadá.........................33
Reino Unido.................30
Guiné-Bissau...............17
Roménia.......................14
Ocasionalmente, surgiram nos registos O Luxemburgo, França e Itália.
Portugal.....................2311
Russia..........................313
Alemanha....................264
Moçambique...............237
Estados Unidos.........198
Brasil.............................65
Canadá.........................33
Reino Unido.................30
Guiné-Bissau...............17
Roménia.......................14
Ocasionalmente, surgiram nos registos O Luxemburgo, França e Itália.
Talvez alguém, dentre esta pessoas (que, evidentemente, têm alguma relação com Montepuez) possa e queira empreender algo de semelhante àquilo que tentei. Se isso acontecer, espero sabê-lo.
Tenho pena que não tenha havido muita interacção com todos estes leitores. Foram extremamente raros os que utilizaram a caixa de comentários posta à sua disposição.
De qualquer maneira, dou por bem empregadas as horas que, quase quotidianamente, dediquei esta actividade durante estes meses.
Beijos, abraços e saudades.
Tenho pena que não tenha havido muita interacção com todos estes leitores. Foram extremamente raros os que utilizaram a caixa de comentários posta à sua disposição.
De qualquer maneira, dou por bem empregadas as horas que, quase quotidianamente, dediquei esta actividade durante estes meses.
Beijos, abraços e saudades.