Portugal tinha abandonado a neutralidade logo em 1914 mas a
Alemanha só declarou guerra em 1916.
Logo nesse ano, as tropas portuguesas chegam a invadir o
território da África Oriental Alemã, atravessando o Rovuma, mas mantêm-se aí
apenas por cerca de três meses, entre Setembro e Novembro.
Askari das tropas alemãs na Guerra 14-18 |
Em resposta, uma força alemã, conhecida como “Destacamento
Stuemer”, invadiu Moçambique entre Abril e Setembro de 1917.
A segunda invasão, entre Novembro de 17 e Abril de18, o
General von Lettow, comandante das tropas alemãs, atravessou novamente o Rovume
e entrou em Moçambique com uma força da Schutztruppe (Força Auxiliar
essencialmente composta de locais designados Askari, o correspondente aos
cipaios das colónias portuguesas).
Uma coluna, a célebre “Colluna Wahle, comandada pelo General
com o mesmo nome, passou o Lugenda e estabeleceram uma ocupação durável de toda a região compreendida entre Muembe,
Chirumba, Luambala, Namuno, Mualia, Montepuez e o rio Lúrio, em todo o período
entre Novembro de 1917 e Abril de 1918.
Mualia,
de que já falei AQUI, era a sede do Cocelho do Medo (Meto) e correspondia,
certamente, ao Natupile, a "machamba" do meu Pai.
A resistência portuguesa foi valorosa, por vezes heróica, mas incapaz de resistir ao poderio alemão dados o seu deficiente treinamento, os poucos recursos de armamento, a inferioridade táctico-militar mas também (e talvez sobretudo), como nota René Pelissier
, pela hostilidade das populações e dos potentados locais, o que embacia um dos mais acarinhados e persistentes mitos ainda presentes na sociedade portuguesa, o da "preferência" dos colonizados pela "paternal" dominação portuguesa, em contraposição à "cruel" acção colonizadora das outras potências.
Esta circunstância, a forma amigável como as populações da região acolhem os alemães, é também mencionada por Milton Correia (2) que refere "a agradável recepção política africana para os alemães".
(1) R. Pelissier, Hitória de Moçambique: formação e oposição 1854-1918, II volume
, pela hostilidade das populações e dos potentados locais, o que embacia um dos mais acarinhados e persistentes mitos ainda presentes na sociedade portuguesa, o da "preferência" dos colonizados pela "paternal" dominação portuguesa, em contraposição à "cruel" acção colonizadora das outras potências.
Esta circunstância, a forma amigável como as populações da região acolhem os alemães, é também mencionada por Milton Correia (2) que refere "a agradável recepção política africana para os alemães".
(1) R. Pelissier, Hitória de Moçambique: formação e oposição 1854-1918, II volume
(2)Milton Correia, Norte de Moçambique, 1886-1918:soberania,dominaçãoeAdministraçãocolonial
2 comentários:
numa das Praias de Porto Amélia
(Maringanha (?)- já esqueci o nome)
em maré-baixa avistava-se a carcaça de um navio de Guerra afundado
fiz caça submarina por ali mas nunca me dediquei à caça de tesouros
abraço
A praia da Maringanha é uma onde existe um farol.
Durante a I Guerra (como, de resto, na II) houve bastante actividade naval ao largo da costa de Porto Amélia onde, por exemplo, desembarcaram de navios brotânicos as tropas provenientes da África do Sul e do Quénia que vieram combater as forças de von Lettow.
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