10.10.11

Celestino Gonçalves


                                                                                                (Foto cedida por Celestino Gonçalves)

Tenho tentado que este blog não seja apenas sobre memórias mas que também tenha por tema a memória.
Procuro evitar, tanto quanto possível, integrar o mercado complacente da nostalgia que tantas vezes – a maior parte delas -  mitifica e retoca em tons róseos uma realidade bem mais sombria. 
É impossível escapar completamente à ambivalência provocada pela assimilação inconsciente das recordações da infância à ideia de felicidade e, portanto, de alguma contaminação sofrerão os meus posts. Mas é possível manter o equilíbrio ao rebuscar os escaninhos da(s) memória(s).

Encontrei esse equilíbrio, por exemplo, quando descobri, navegando na net, vários conjuntos de fotografias e outros documentos da autoria de Celestino Gonçalves ou com ele relacionados.
Conheci-o durante a década de 60 como Fiscal de Caça em Montepuez. De tempos a tempos, chegavam-me notícias ou referências dele.
Consegui contactá-lo hoje, com o objectivo de lhe pedir autorização para usar, neste blog, algumas das fotografias que encontrei na net. Acedeu, imediata e generosamente, e aqui lhe deixo um abraço da amizade e agradecimento.
Como ele próprio deduziu, a primeira foto sua que utilizo, fixa para a posteridade a primeira vereação de Montepuez. Nela se podem reconhecer ele próprio e o meu Pai mas também o meu tio Joaquim Ramalho, Cunha Alegre, Vilas Boas, Silvestre...
A elevação de Montepuez à "dignidade municipal" foi sentida como uma honra e como um passo no caminho radioso do Progresso (com maiúscula e tudo...).

2 comentários:

Celestino Gonçalves disse...

Foi com enorme satisfação que aderi à utilização das minhas fotos considerando não só o objectivo do autor do Blogue, mas também a amizade que me liga a sua simpática família e à sua própria pessoa que conheci nos velhos tempos de Montepuez quando era ainda estudante de Liceu (década de 50).
Deixo-lhe aqui os meus parabéns pela presente iniciativa, que já mostra o interesse que vai ter na revelação de factos e imagens históricas de uma região do interior profundo de Moçambique onde as dificuldades eram muitas mas nunca foram entrave para aqueles que lá construíram as suas vidas como foi o caso da sua própria família.
Um abraço solidário!
Celestino Gonçalves

Unknown disse...

E ali está o meu saudoso Avô Cunha Alegre. Um Grande Senhor.