(Foto cedida por Celestino Gonçalves)
Tenho tentado que este blog não seja apenas sobre memórias
mas que também tenha por tema a memória.
Procuro evitar, tanto quanto possível, integrar o mercado
complacente da nostalgia que tantas vezes – a maior parte delas - mitifica e retoca em tons róseos uma
realidade bem mais sombria.
É impossível escapar completamente à ambivalência provocada
pela assimilação inconsciente das recordações da infância à ideia de felicidade
e, portanto, de alguma contaminação sofrerão os meus posts. Mas é possível manter
o equilíbrio ao rebuscar os escaninhos da(s) memória(s).
Encontrei esse equilíbrio, por exemplo, quando descobri, navegando na net, vários conjuntos de fotografias e
outros documentos da autoria de Celestino Gonçalves ou com ele relacionados.
Conheci-o durante a década de 60 como Fiscal de Caça em Montepuez. De tempos
a tempos, chegavam-me notícias ou referências dele.
Consegui contactá-lo hoje, com o objectivo de lhe pedir
autorização para usar, neste blog, algumas das fotografias que encontrei na net. Acedeu, imediata e generosamente, e
aqui lhe deixo um abraço da amizade e agradecimento.
Como ele próprio deduziu, a primeira foto sua que utilizo,
fixa para a posteridade a primeira vereação de Montepuez. Nela se podem
reconhecer ele próprio e o meu Pai mas também o meu tio Joaquim Ramalho, Cunha Alegre, Vilas Boas, Silvestre...
A elevação de Montepuez à "dignidade municipal" foi sentida como uma honra e como um passo no caminho radioso do Progresso (com maiúscula e tudo...).
2 comentários:
Foi com enorme satisfação que aderi à utilização das minhas fotos considerando não só o objectivo do autor do Blogue, mas também a amizade que me liga a sua simpática família e à sua própria pessoa que conheci nos velhos tempos de Montepuez quando era ainda estudante de Liceu (década de 50).
Deixo-lhe aqui os meus parabéns pela presente iniciativa, que já mostra o interesse que vai ter na revelação de factos e imagens históricas de uma região do interior profundo de Moçambique onde as dificuldades eram muitas mas nunca foram entrave para aqueles que lá construíram as suas vidas como foi o caso da sua própria família.
Um abraço solidário!
Celestino Gonçalves
E ali está o meu saudoso Avô Cunha Alegre. Um Grande Senhor.
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