23.1.12

Civis, eclesiásticos e militares

Da esquerda para a direita, o Coronel Ermida, comandante de uma unidade militar estacionada em Montepuez, o Bispo de Porto Amélia, meu Pai e um segundo eclesiástico que julgo ser o Arcepispo Custódio e Alvim de Lourenço Marques.
Durante a guerra, a Igreja moçambicana revelou-se muito dividida: bispos como o de Nampula D. Manuel Vieira Pinto e o da Beira D. Sebastião Soares de Resende, secundados por um bom número de padres e intelectuais católicos, tomaram firmes e corajosas atitudes públicas de denúncia do colonialismo e, sobretudo, das violações sistemáticas dos Direitos Humanos que incluíam torturas, assassinatos, massacres de civis e outras violências.
Alguns pagaram caro essa atitude, foram perseguidos, expulsos, presos, vilipendiados na praça pública, como se pode ver pelo ignóbil panfleto que circulou pela colónia.
Com a prestimosa ajuda de muita gente, a PIDE e os poderes públicos não deram tréguas a esse sacerdotes e freiras.
Mas outra parte da Igreja, solidária com aquela que em Portugal sempre serviu de escudo e lança a Salazar, apoiou o regime, silenciou atrocidades, tomou partido pelos opressores contra os oprimidos, pelos fortes contra os fracos, pelos verdugos contra "aqueles que têm fome e sede de justiça".

Nenhum comentário: