O termo memória colectiva é original do sociólogo francês
Maurice Halbwachs que o
define da seguinte forma:
“Memória colectiva é o processo social de reconstrução do
passado vivido e experimentado por um determinado grupo, comunidade ou
sociedade. Este passado vivido é distinto da história, a qual se refere mais a
fatos e eventos registados, como dados e feitos, independentemente destes terem
sido sentidos e experimentados por alguém.” (HALBWACHS, Maurice. Fragmentos da la Memoria Coletctiva)
A comunicação e o pensamento dos diversos grupos da
sociedade estão estruturados em marcos, na verdade marcos sociais da memória. Os marcos
da memória colectiva podem ser divididos em marcos temporais e marcos
espaciais. Por marcos temporais entendem-se os fatos e períodos que são
considerados socialmente significativos, por exemplo; uma festa, nascimento de
alguém, mudança de estação, etc., onde uma recordação é reconstruída. Os marcos
espaciais da memória colectiva mantêm a memória viva por mais tempo, pois é caracterizado
pela lembrança ou recordação a partir de lugares; um edifico ou um lugar específico.
Halbwachs dedica uma investigação mais pormenorizada a
respeito dos espaços da memória.
“Não é certo que para poder recordar é necessário se
transportar com o pensamento fora do espaço, pelo contrário, é a imagem do espaço
que, em razão de sua estabilidade, nos dá a ilusão de não mudar através do
tempo, e de encontrar o passado dentro do presente, que é precisamente a forma em que pode definir-se a memória,
somente o espaço é tão estável que pode durar sem envelhecer nem perder alguma
de suas partes.” ( ibidem)
A memória é então o passado que se encontra no presente, e o
espaço é fundamental
para isto, pois as recordações serão sempre vivas ao
deparar-se com ele.
CLAUDINEI FERNANDES PAULINO DA SILVA
em Diálogo com Dostoievski : Uma Análise Sociológica
Religiosa a partir da Literatura"
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