René Pelissier é um historiador
francês que se especializou na história colonial portuguesa e é autor de uma
vasta bibliografia em
que Moçambique ocupa um lugar de relevo.
Num artigo, intitulado Impérios
defuntos, herdeiros batalhadores e publicado em 2004 na Revista Análise
Social, Pelissier refere um autor escocês, Fred Reid, e a sua obra In
Search of Willie Patterson. A Scottish Soldier in the Age of Imperialism, de 2002.
Escreve René Pelissier:
Mais inesperado ainda, mas sempre sobre
Moçambique, vamos citar um texto escocês entre 1918 e 2000. Trata da biografia de um
«obscuro»,redigida por um historiador profissional que reconstituiu a vida do
avô, proletário vitoriano, grande amante de mulheres, soldado do império
britânico, carteiro, que se ofereceu como voluntário, para acabar como
telegrafista militar a norte de Moçambique, correndo atrás dos alemães, do
célebre von Lettow-Vorbeck. O mais extraordinário neste trabalho de
reabilitação da «ovelha negra» da família é que o autor é cego e, empurrado pela
sua consciência profissional, dirige-se pessoalmente ao local (Montepuez e
arredores) para
«ver» (pelo menos sentir) como é que
este avô desconhecido obteve a military medal pela sua bravura, a 12 de Abril
de 1918, numa batalha (Medo) de que ninguém se recorda, nem na Grã-Bretanha,
nem em Portugal, nem em Moçambique.

Vou procurar o livro de Fred
Reid.
Sobre von Lettow-Burbeck, poderá
quem o desejar, clicar, na coluna da direita do blog, na secção intitulada MARCADORES, em “Grande Guerra”; quanto
ao Medo (ou Meto),tem sido várias vezes referido.
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