Carnaval 1961-Foto de Celestino Gonçalves |
Não tenho a certeza de reconhecer alguém da tribo (ou de fora dela) nestas fotos de Celestino Gonçalves.
Talvez, na foto de 1960, na primeira fila, vestido de criada-de-servir, o meu primo Fernando Almeida e na de 1961, fantasiado de mosqueteiro, o seu irmão Joca.
Ora, quer um quer outro usa fantasias que eu próprio vesti: o Fernando - se é que é ele - a da foto que publiquei aqui; o "mosqueteiro", executado por exigência minha, porque, na altura, era leitor viciado de romances de "capa-e-espada" e "devorava" Dumas, Ponson du Terrail e Paul Favel, sonhava com D'Artagnan, Lagardère e Rocambole.
Outro aspecto curioso (ou nem tanto), é o facto de, com a excepção do "cipaio" do Turita, (e, talvez, da menina na primeira fila da foto de 1961 mas que parece mais hawaiana do que africana) as máscaras e fantasias são fruto de um imaginário europeu sem qualquer referência ao quotidiano das crianças. Isto para além da conspícua ausência de meninos negros.
Mas também que outra coisa seria de esperar de uma sociedade africana cujas escolas ensinavam diligentemente às crianças os nomes dos rios e as estações de caminho de ferro da "Metrópole", ignorando olimpicamente a geografia e a história da terra que as loiras cabecinhas habitavam?
Carnaval 1960-Foto de Celestino Gonçalves |
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