Em 1905
foi pela primeira vez cobrado o imposto de palhota no Concelho do Medo, com
sede em Mualia. Havia
no posto de Mualia 50 soldados. Em 20 de Setembro de 1908, a sede do concelho do
Medo foi tranferida para a serra Nachila (!) [está assim no documento que
consultei]. Deve ter sido só em 1910 que a região do Medo foi efectivamente
ocupada, na altura em que era chefe do concelho um tal de nome Tavares(!), que
os locais apelidaram de «kharamo» (leão), por causa das suas manhas e
barbaridades cometidas.
Em Junho
de 1911 foi estabelecido um posto no Mole (Nanthepo, Nantato). Em Outubro de
1912 foi submetido o grande Mataca (Ajaua),* após o que foi considerada ocupada
toda a região do Niassa (Companhia do Niassa). Em 1913 fala há referências à
existência de um posto em M´loco (Meloco). Neste ano foi ainda instalado um
posto em Namuno em substituição do posto de Mole, que foi extinto. Das terras
do Mole tinham fugido muitos indígenas, em consequência dos maus tratamentos infligidos
pelo chefe de posto. Em 1913 e 1914,
a sede do Concelho do Medo estava ainda em Mualia.
Em 31 de
Março de 1916, a
sede do Concelho passou para Namuno. A sede do Concelho do Medo volta a ser
transferida em Dezembro de 1916, desta vez para Montepuez. É a primeira vez que
aparece o nome de Montepuez como povoação importante (sede de Concelho) na
região. Em 1917, é mencionado pela primeira vez o posto de Balama. Na mesma
informação diz-se que o posto de Mualia
está vago. É assinalada, em 1921,
a presença do comerciante indiano, Selemane Ali, como
tendo aberto loja em Namuno, na povoação de Chacame. Em Fevereiro de 1926 são
criadas povoações comerciais em Namuno e Balama.
*Nota minha - O poder real do Mataca manteve-se ao longo dos tempos e a disposição anti-portuguesa dos Ajauas de que ele era o principal potentado também.
Como uma grande parte deles aderiu à FRELIMO, a Administração Portuguesa tentou, através da captura do grande régulo, inverter a situação. Mas, de facto, enquanto o Mataca esteve detido, houve um acentuado recrudescer das actividades "subversivas" dos Ajauas da influência que ele exercia sobre os elementos daquela etnia.
O Mataca viria a ser resgatado pela FRELIMO, numa operação comandada pelo próprio Samora Machel [ver Francisco Miguel Garcia in "Análise Global de uma Guerra (Moçambique 1964-1974) - Out / 2001]
Como uma grande parte deles aderiu à FRELIMO, a Administração Portuguesa tentou, através da captura do grande régulo, inverter a situação. Mas, de facto, enquanto o Mataca esteve detido, houve um acentuado recrudescer das actividades "subversivas" dos Ajauas da influência que ele exercia sobre os elementos daquela etnia.
O Mataca viria a ser resgatado pela FRELIMO, numa operação comandada pelo próprio Samora Machel [ver Francisco Miguel Garcia in "Análise Global de uma Guerra (Moçambique 1964-1974) - Out / 2001]
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