31.5.11

Colapso



A velha loja Gulamhussein...
Os "velhos" e o Nuro, o Yussufo, o Mohmad, o Abdul e o Hadgigi.
Esta é a imagem mais triste que trouxe da avenida principal da cidade de Montepuez.

"Teixeira & Ramalho, ldª"

30.5.11

A casa


Primeira paragem: a casa, claro.
Ia escrever "primeira visita" mas não houve visita.

Hesitei em chamar alguém e pedir para entrar.

O aspecto exterior dissuadiu-me.
Não, não estava em excessivo mau estado mas tive a certeza que uma visita não iria acrescentar nada.

António Damásio diz que são as emoções que modulam a forma como as coisas, os factos e os acontecimentos são armazenados pela memória.
Diz que "os neurónios, organizados em circuitos, comunicam por meio de reações eletroquímicas" e é ´"o padrão ou o desenho dos circuitos  que permite a construção de todas as imagens. Isso vale tanto para o que se passa no mundo exterior - visões ou sons, por exemplo - como para imagens interiores, produzidas e transformadas por um estado emocional. São elas que constituem aquilo que chamamos de espírito humano".
Porque haveria eu de entrar?
Que ganharia com isso?

28.5.11

Igual...



Aqui, não notei nenhuma diferença. Talvez alguma decadência nos edifícios mas o mesmo ambiente, a mesma luz, os mesmos cheiros.
Se, de repente, aparecesse o Abdul, com a perna a dar a dar, ou o "Pancinhas" a desafiar para um poker de dados a ver quem pagava o whisky, quase que não ficava espantado.

27.5.11

Entrada pela Avenida



























A Avenida, vista do Nepara (por onde, agora, se entra na cidade).
É larga, as duas faixas de cada lado bem sinalizadas, a separação ao meio e o asfalto bem cuidados.
A fundo, o Edifício Gulamhussein.
Estou mesmo em Montepuez e as diferenças já não fazem agitar a superfície do lago da memória.

25.5.11

Chegada

A entrada em Montepuez, para quem vem do Namanhumbire, faz-se, agora, por um caminho diferente.
Antes, passava-se o aerodromo (à esquerda), a Missão (à direita), a Fábrica de descasque de arroz e entrava-se pela loja do Olívio.

Agora, na entrada, a Missão fica à esquerda e a estrada está na continuação da avenida principal.

É estranho como essa mudança, ao fim de muito tempo, pode mudar a percepção de um observador, como se toda a perspectiva ficasse alterada.

Mas foi só um momento de estranheza; logo a seguir, tudo voltou ao normal, como se tratasse de um reflexo na superfície de uma lago, por momentos agitada por uma pedra nela deixada caír, que se acalma e volta a ser lisa.

De qualquer modo, foi uma sensação estranha.

24.5.11

A entrada em Montepuez


Chegados,
enfim.

Ao fundo, já se vê o "centro".

Alguns (muito breves) dados

O distrito de Montepuez ocupa uma área de 15.871 km2 e tem cerca de 160 mil habitantes; a idade média é bastante baixa: 40% da população tem menos de 15 anos.
A cidade de Montepuez tem, actualmente, cerca de   46 mil habitantes.

O distrito está dividido em cinco postos administrativos- Mapupulo, Mirate, Nairoto, Namanhumbir e Montepuez- e sete localidades. 


A agricultura continua a ser a actividade económica dominante, sendo o algodão a principal cultura de rendimento.
Há alguns anos, como já disse antes, foram descobertas pedras preciosas em Namanhumbire.

16.5.11

Namanhumbire 2

Há uns poucos anos, foram descobertos rubis no Namanhumbire.
Houve uma "corrida ao rubi" que transformou a região com uma enorme vaga de aventureiros (muitos deles vindos de paragens longínquas), "4X4" luxuosos e armas, muitas armas.
Houve desacatos, tiros e, segundo parece, crimes de sangue.
O comércio, incluindo o de Montepuez, foi muito beneficiado, claro.

Namanhumbire






No Namamnhumbire estamos a 30km de Montepuez.
Se a viagem estava a ser chata, o cansaço sugeria uma gritaria de consolo: "estamos quase a chegar"; se, ao contrário, havia animação, a proximidade comandava um "já?" desconsolado.

10.5.11

Viúva





Tinha acabado de caír uma chuvada.
Breve mas violenta, como é da paraxe.

Mais do que a loja e as pessoas, fica a cor do matope, já que não posso blogar o cheiro...

9.5.11

Paragem da "carreira" na Viúva




Paragem da "carreira" na Viúva.

Lembro-me dos primeiros velhos maxibombos que fizeram esta carreira.
E lembro-me de alguma inveja que sentia quando via alguns dos passageiros que viajavam no tejadilho.

E nós, coitados, limitávamo-nos, quando muito, à caixa trazeira da Bedford...

METORO ("Viúva")

Posto Administrativo de Metoro! Maningue importante, Metoro.

A verdade é que, a par da enorme quantidade de EPC (Escolas Primárias Completas) e, evidentemente, outros aspectos, é formidável a "ocupação administrativa" do Norte de Moçambique.

Viúva

Estamos a metade da distância entre Pemba e Montepuez.
Funcionava como uma espécie de fronteira imaginária: para um lado, era território de Montepuez, para o outro era de Porto Amélia.
Para um terceiro, já era Nampula.
Nunca soube- ou não me lembro - porque é que se chamava "Viúva", em bora não seja difícil de calcular.
A qualidade da fotografia não é soberba...

6.5.11

Algumas informações

Utlisámos uma Suzuki cujo modelo a minha incompetência em matéria de automóveis não me permitiu fixar na memória.
De Pemba e Montepuez a distância é de 205km, um pouco menos do que eu julgava lembrar-me - 230km.
Magnífica estrada, de asfalto impecavelmente tratado.
Tráfego moderada, um camião de vez em quando.

A estrada para o Aeroporto e para Montepuez

Manhã acinzentada.
Condução perfeita: segura, souple, velocidade adequada.
Alguns peões e ciclistas, na berma, transitam com muito descuido demasiado dentro do asfalto.

Em marcha!

Saímos muito cedo do Pemba Beach Hotel.
Intrepidamente, a Paula sentou-se atrás do volante (depois de ter feito uma tentativa pela porta errada do carro) e preparou-se para guiar à esquerda.
"Parece Malta...".
Não, não parece.