Julgo que também era motivo de secreto espanto que os meninos negros andassem tão bem vestidos e frequentassem uma escola, tal qual como (se não de melhor aspecto) a nossa.
E é essa, sem dúvida, a mais importante e positiva marca que a Igreja Católica deixou em Montepuez (como em todos os territórios coloniais) – o ensino e a educação.
Sei hoje que a Igreja não foi, durante as últimas décadas do Império, uma força alinhada monoliticamente com os desígnios do Estado e que as fissuras que se tornaram conhecidas e evidentes a partir dos últimos anos da década de 60 já existiam à muito.
Penso, sem me apoiar em qualquer documentação histórica, que os Padres holandeses que dirigiam a Missão de São José não foram dos mais dóceis executantes da política “ultramarina” de Salazar.
Depois da Independência, a Missão parece ter sido “nacionalizada” e houve tentativas várias de a rentabilizar – desde artesanato até à hotelaria ( a Casa dos Padres chegou a ser uma Pensão!).
Agora, terá sido devolvida à Igreja.
E bem.
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