A SAGAL (Sociedade Agrícola Algodoeira)
foi criada em 1933, tendo a sede em Porto Amélia e uma das suas duas fábricas de
descaroçamento e prensagem em Montepuez.
A seguir à I Guerra (14-18), viveu-se
internacionalmente um período que muitos chamam “euforia algodoeira”. Embora
esse clima “altista” da cotação internacional do algodão já estivesse em declínio
a partir dos anos 20, só a introdução pelo salazarismo de uma certa “racionalidade”
económica na exploração colonial levou a que novas formas de organização do
mercado algodoeiro, pelo que foi já num período post-“euforia” que foram
constituídas as chamadas “companhias concessionárias” e lhe foram atribuídas
funções de monopólios regionais para a comercialização desta matéria prima.
O sistema assentava numa forma de cultura
obrigatória na zona atribuída à companhia; a cada cultivador individual era
dado, no início da campanha, uma certa quantidade de semente e, após a
colheita, eram organizados “mercados” onde o algodão era obrigatoriamente
vendido à concessionária a um preço fixado pelas autoridades.
Não admira que, numa economia quase primitiva como era a de Cabo Delgado e num sistema que, na prática, configurava “trabalho forçado”, o algodão tivesse sido, durante muitos anos, a cultura de rendimento e exportação de maior valor.
Só nos primeiros anos da década de 60, com as alterações legislativas provocadas pela consciencialização que o início da luta armada trouxe à política colonial, foram introduzidas tímidas reformas que atenuaram os aspectos mais crus e retrógrados do sistema das concessionárias.
Em Montepuez, embora odiada e temida pelas populações locais que só aceitaram o sistema de cultura obrigatória devido à violência e à repressão, a SAGAL foi, de longe, o mais importante empregador, a primeira (e determinante) unidade industrial e promotora de um certo tipo de modernização.
A sua influência fazia-se sentir em todo o então Distrito de Cabo Delgado e, na zona de Montepuez, tinha unidades agrícolas e industriais em Balama, Namuno, Meloco, Namara e Mesa.
2 comentários:
só faltou dizer que bom foi a escravatura para os africanos... se não fosse a escravatura esses povos nunca evoluiriam...wtf
Sabe ler?
Leia o q o
Post diz sobre trabalho forçado e sobre a luta armada.
Convém ler bem antes de mandar bocas.
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