Como disse Proust, "a melhor parte da nossa memória está (...) fora de nós. Está num ar de chuva, num cheiro a quarto fechado ou no de um primeiro fogaréu, seja onde for que de nós mesmos encontremos aquilo que a nossa inteligência pusera de parte, a última reserva do passado, a melhor, aquela que, quando se esgotam todas as outras, sabe ainda fazer-nos chorar".
30.5.11
A casa
Primeira paragem: a casa, claro.
Ia escrever "primeira visita" mas não houve visita.
Hesitei em chamar alguém e pedir para entrar.
O aspecto exterior dissuadiu-me.
Não, não estava em excessivo mau estado mas tive a certeza que uma visita não iria acrescentar nada.
António Damásio diz que são as emoções que modulam a forma como as coisas, os factos e os acontecimentos são armazenados pela memória.
Diz que "os neurónios, organizados em circuitos, comunicam por meio de reações eletroquímicas" e é ´"o padrão ou o desenho dos circuitos que permite a construção de todas as imagens. Isso vale tanto para o que se passa no mundo exterior - visões ou sons, por exemplo - como para imagens interiores, produzidas e transformadas por um estado emocional. São elas que constituem aquilo que chamamos de espírito humano".
Porque haveria eu de entrar?
Que ganharia com isso?
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário